O Nanismo Hipofisário é uma forma de nanismo resultando da hipoplasia congénita hereditária da hipófise. A hipófise é uma área no cérebro que regula a produção de certas hormonas, entre elas as hormonas do crescimento . O resultado da hipoplasia é um cachorro com um desenvolvimento extremamente lentificado, ou seja, à idade adulta o cão terá o peso e aparência de um cachorro de 2 a 3 meses com problemas severos de pele (a hormona do crescimento está também implicada no crescimento do pêlo e a sua ausência leva a grandes placas de alopécia e um pêlo deficiente e lanudo). O estado geral do cão degrada-se rapidamente, as suas funçoes hepaticas e renais deterioram-se progressivamente.

Os sinais são apercebidos no decorrer dos primeiros meses de vida com uma grande diferença de desenvolvimento do cachorro em relação aos seus irmãos, sendo esta perceptível a partir das 5 semanas e evidente a partir dos 2 meses.

O cachorro não cresce e mantém aspecto de cachorro, sendo que um cão adulto não ultrapassa os 10kg que seria o peso que teria aos 2 meses numa situação normal.

As cartilagens de crescimento mantêm a sua forma juvenil e o esqueleto não ossifica. Uma displasia folicular importante é visível com um pêlo de aspeto lenoso próximo da penugem do cachorro e o pêlo adulto não cresce. No corpo a penugem acaba por cair deixando a pele exposta. Normalmente a cabeça e membros são poupados desta alopécia. Outros problemas de saúde poderão estar associados como hipotiroidismo, malformações ósseas e dentárias assim como malformações cardíacas. Problemas de comportamento podem surgir, podendo o cão apresentar-se como pouco reativo com fases de agressão inexplicada. Um cão com nanismo hipofisário não é capaz fisiologicamente de se reproduzir.

Comparação de cães da mesma ninhada, o da esquerda normal, o da direita com nanismo hipofisário

Não existe um teste específico para diagnosticar o nanismo hipofisário sendo os critérios sobretudo clinicos com um nanismo harmonioso (as proporções do cão são respeitadas com um aspeto juvenil acentuado) e uma displasia folicular são sinais que podem alertar para este diagnóstico.

Existem no entanto rastreios com uma análise de ADN que poderá informar se o cão é portador ou não do gene responsável por esta patologia.

Através de um simples esfregaço bucal e de uma análise de sangue, o laboratório veterinário realiza o teste de ADN e o teste NAH que permite saber se o cão é homozigótico normal (saudável), heterozigótico (portador) ou homozigótico com o gene (doente).

Através deste teste ADN consegue-se de forma fidedigna despistar nos reprodutores para adaptar os cruzamentos de forma a evitar o nascimento de cachorros doentes e de propagar a doença pela raça. Cada cão herda um alelo de cada um dos seus progenitores. O alelo com o gene poderá estar alterado (mutação) e levar à expressão da doença e ser transmitido à descendência.

NAH / NAH: homozigótico para a mutação do gene= DOENTE: o cão tem nanismo hipofisário

N / NAH: heterozigótico para a mutação do gene= PORTADOR: o cão não terá nanismo hipofisário no entanto poderá transmitir o gene à sua descendência.

N / N: homozigótico sem mutação do gene = SAUDÁVEL: o cão não tem nanismo hipofisário nem irá transmitir à sua descendência.

Com o objetivo de cessar e evitar o desenvolvimento desta doença os clubes da raça recomendam que todos os cães sejam testados e que os portadores sejam cruzados com cães saudáveis apenas.

Infelizmente até à data não existe nenhum tratamento adaptado ao nanismo hipofisário. Existem no entanto um método permitindo melhorar a carência de hormona do crescimento e que consiste na administração regular (semanal) de hormona de crescimento humana. Este método de custo muito elevado é apenas útil a curto termo e deve ser iniciado o mais precocemente possível na vida do cachorro. O sistema imunitário do cão ao longo do tempo produz anticorpos que irão reduzir a ação da hormona e levando à redução da sua eficácia.

O prognóstico de sobrevida de um cão tendo nanismo hipofisário é sombrio, sendo a expectativa de longevidade cerca de 3 a 8 anos.

Pode-se encomendar kits de teste nos clubes da raça ou ir a clinicas ou hospitais que realizem esses rastreios através de analises de sangue e esfregaço bucal.

Os criadores afiliados dos clubes comprometem-se a testar para o NAH sempre pelo menos um dos progenitores antes de qualquer cruzamento ou ambos os progenitores caso o primeiro testado seja portador de modo a evitar a propagação da doença.

Os clubes da raça tais como o NBVK e IHR incentivam todos os outros criadores e paticulares mesmo não afiliados a despitar para o NAH.